segunda-feira, 24 de março de 2008

COMPLETANDO POST SOBRE FILME

Terminei, hoje, de ler, de Isabel Allende, Meu país inventado. Muito bom e interessante. Sou fã dessa autora, e nesse livro ela fala sobre o Chile, sob seu ponto de vista, relacionando os momentos felizes e tristes de sua própria vida com a história contemporânea daquele país. Aliás, sua vida e a vida de seus familiares e as histórias transmitidas pelos mais velhos são fontes contantes de seus livros, autobiográficos ou romances.

Hoje, ela mora na Califórnia, onde é casada com um americano, e tem também sua opinião formada sobre o país que a acolheu como emigrante. Então, vou aqui transcrever o que ela diz sobre violência na América:

"O fascínio dos americanos pela violência nunca deixou de chocar-me. Poderia dizer que tenho vivido em circunstâncias interessantes, vi revoluções, guerras e crimes urbanos, sem mencionar as brutalidades do golpe militar no Chile. Ladrões entraram dezessete vezes na nossa casa em Caracas; quase tudo nos roubaram, do abridor de latas aos três carros que chegamos a possuir, dois levados da rua e o terceiro depois de arrancarem a porta da garagem, mas nenhum tinha más intenções em relação a nós. Um deles chegou a deixar um bilhete de agradecimento na porta da geladeira. Em comparação a outros lugares da Terra, onde um menino pode pisar em uma mina a caminho da escola e perder as pernas, os Estados Unidos são seguros como um convento, mas a cultura é viciada em violência. Provam-no os esportes, as diversões, as artes, para não falar do cinema, que é aterrorizante. Os norte-americanos não querem violência em suas vidas, mas necessitam experimentá-la por reflexo. A guerra sempre os encanta, desde que não seja em seu território." (Allende, Isabel. Meu país inventado. 2003. p. 226-227)

Tem tudo a ver com a quantidade de filmes americanos violentos e a escolha do melhor filme no último Oscar, não acham?

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